Documento
Sobre
Título
Jornadas de Junho e Revolução Brasileira
Resumo
Em junho de 2013, o Brasil assistiu às maiores manifestações de sua história moderna. A bronca das ruas interrompeu um longo ciclo de “paz social”, cuja origem remonta à derrota da luta por reformas democráticas em 1989, determinadas pela eleição de Collor de Mello à Presidência da República. A inflexão do processo de ascenso das lutas populares deu início a uma devastadora ofensiva neoliberal e à integral subordinação do Brasil à ordem global – processo consolidado pelo Plano Real em meados da década de 1990 e, por ironia da história, legitimado por Lula – o grande derrotado de 1989 - a partir de 2002. Ao evidenciar a presença de um descontentamento social gigantesco, os protestos multitudinários explicitaram a extrema fragilidade das instituições, colocando na ordem do dia a necessidade de mudanças substanciais na forma de organização da economia e da sociedade.
Durante algumas semanas, os poderes estabelecidos ficaram suspensos no ar. A força vulcânica das manifestações gerou a impressão de que a sociedade brasileira assistia às primeiras labaredas de um processo social verdadeiramente revolucionário. Os que sonhavam com dias melhores, viveram momentos de grande esperança; os que temiam por seus privilégios, tempos de apreensão e medo-pânico. Para quem estava iludido com o mito do neodesenvolvimentismo, a fúria das ruas estalou como um relâmpago em céu azul. A compreensão do significado e implicações da revolta urbana que sacudiu o Brasil passa pelo entendimento das causas e das consequências da ira do povo.
Tipo
Estado (UF)
Autoria / participantes
Organização/Produção
Ano
2013