Os protestos das Jornadas de Junho de 2013 na ótica e na posição do jornal Folha de São Paulo

Resumo

O presente trabalho busca analisar a atuação do jornal Folha de São Paulo durante o mês de junho de 2013 sobre as manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público, que ganharam espaço e tornaram-se um movimento heterogêneo que levou milhões de brasileiros às ruas ao longo do mês de junho, alcançando pautas em defesa também para Educação, Saúde e Segurança, e que ficariam mais tarde conhecidas por Jornadas de Junho. Nosso ponto é que o jornal atuou em seu espaço na grande imprensa para desmoralizar e criminalizar o movimento, para impedir que ganhasse maior voz e espaço, sendo formado majoritariamente por trabalhadores e estudantes. O jornal apresentou em suas páginas a imagem de um movimento violento e sem objetivos políticos concretos, enfatizando apenas um desejo de causar danos e prejuízos para as cidades. Com isso buscou indicar caminhos e sugerir medidas para conter as manifestações. Procuramos compreender a posição que a Folha de São Paulo tomou para si durante os protestos, bem como se a posição desde o início da cobertura das Jornadas de Junho se manteve. Percebemos que sua posição não é estática, mas que as mudanças sempre se mantêm em torno de uma posição liberal.