O que podem as imagens? Uma análise da tomada em registros testemunhais de manifestações de rua no Brasil (1968/2013)
Resumo
Esse artigo propõe propor uma reflexão, para além da crença no valor da imagem como prova, sobre possibilidades de construção de sentidos que tornem sensível a potencialidade política e sensorial de imagens de manifestações de rua. Tratam-se de imagens realizadas pelo ponto de vista interno de quem participa do evento filmado. Faremos um recuo histórico para analisar o gesto da tomada (Sylvie Lindeperg) de uma manifestação contra a ditadura militar, em 1968, momento em que câmeras mais leves se tornam disponíveis e permitem registros de acontecimentos públicos e conturbados. De que modo essas imagens cinematográficas do passado nos ajudam a interrogar os registros precários e amadores no presente?
